Sem escola, sem parques, sem passeios, sem a rua… saiba o que fazer com os filhos confinados em casa. Cuidados físico e mental são necessários e também uma boa dose da sua participação

Em tempos de pandemia, a ordem é: fique em casa. Parece simples, mas, na prática, não é. Pais se alternam entre o trabalho, as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos. Enquanto isso, as crianças ora brincam, ora estudam. Como se diz por aí: “tudo junto e misturado”. Não há espaço, não há privacidade. Não é fácil!

Todos sofrem com essa situação. A diferença entre crianças e adultos é que os adultos sabem que tudo vai passar. As crianças, no entanto, não estão tão certas, pois não viveram o suficiente para entender que a vida é feita de altos e baixos. Justamente pelo tempo de vida, os adultos têm diversos recursos internos e externos para dar conta de suas angústias, suas ansiedades e seus medos.

Já as crianças… nem tanto ou quase nada.

Neste momento, é fundamental manter as crianças fisicamente seguras e com atenção especial para a saúde emocional delas. O artigo Recomendações para Apoiar o Bem-estar Emocional das Crianças durante a Pandemia da COVID-19, da Child Trends (centro de pesquisa nos Estados Unidos, focado exclusivamente em melhorar a vida de crianças e jovens, especialmente as mais vulneráveis), reúne uma série de orientações para proteger a infância durante a pandemia.

Cuidado com as emoções

Segundo o artigo, em meio ao surto da COVID-19, a vida cotidiana mudou e continuará mudando para a maioria das pessoas. As crianças podem ter dificuldades com os significativos ajustes que agora são necessários em suas rotinas, como o fechamento de escolas e creches, distanciamento social e confinamento em casa – o que pode interferir com o senso de estrutura, previsibilidade e segurança.

Uma das recomendações é entender que as respostas das crianças a eventos estressantes são únicas e variadas. Algumas podem entrar em estado de irritabilidade ou ficarem mais ansiosas. Já outras podem regredir, exigir atenção extra ou ter dificuldades de cuidar de si mesmas, dormir e comer. Comportamentos novos e desafiadores são respostas naturais e os adultos podem ajudar, mostrando empatia e paciência e estabelecendo limites com calma quando necessário.

Mantenha as crianças ocupadas

Quando a criança está entediada, seu nível de preocupação aumenta. Com isso, os comportamentos perturbadores podem crescer e prejudicar todos em casa: irmãos que estão estudando e pais que estão em reunião, por exemplo. Ofereça a seu filho atividades para serem feitas dentro de casa , como blocos para montar, massinha, pintura, música e jogos.

Expressão corporal é uma maneira de manter o corpo em movimento. A mímica é um excelente recurso para brincar com o corpo. Além disso, desenvolve criatividade, motricidade e imaginação. Sem contar que pode envolver toda a família em um jogo gostoso de adivinhação.

Outra maneira de utilizar a linguagem corporal é declamar poesias. Para conseguir esse repertório, as crianças precisam ler ou serem envolvidas com leituras desse gênero textual. Olha só que excelente pedida. Os gestos podem acompanhar e potencializar o desenvolvimento da linguagem. Além disso, dá acesso à rima, à fantasia, à arte, ao ritmo e à cultura.

Fazer tudo ou fazer nada

Outra ideia é envolver as crianças na discussão sobre outras possibilidades criativas. Lembrando que a criatividade é algo que precisa de tempo. Tempo suficiente para participar de brincadeiras e outras experiências alegres ou de aprendizado sem se preocupar ou falar sobre a pandemia. Mas, atenção ninguém consegue ser criativo 24 horas por dia.

Não precisa preencher todas as horas do dia das crianças. Dê a seus filhos também a oportunidade de escolher o que fazer, inclusive, de não fazer nada. Criar as próprias brincadeiras e ser ativo nas próprias escolhas.