A infância e a adolescência são fases marcadas pelo desenvolvimento rápido, muitas descobertas e uma série de emoções novas que surgem todos os dias. Esses processos naturais são fundamentais para a formação integral do seu filho, mas por serem tão intensos, é preciso acompanhar de perto e dar à criança ou ao jovem todo o suporte necessário para que ele se sinta acolhido pela família.

Mesmo na rotina corrida que é realidade para muitos pais, é preciso encontrar um tempo para conversar com o seu filho sobre as emoções. Essa atitude, por mais simples que pareça, é essencial para que o jovem construa uma vida emocional saudável.

De acordo com dados divulgados pela a OMS (Organização Mundial da Saúde), as condições de saúde mental são responsáveis por 16% das doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. Estima-se que, no mundo, entre 10% e 20% dos adolescentes passem por problemas psicológicos.

Com os transtornos emocionais surgindo cada vez mais cedo, o acompanhamento dos pais e as conversas sobre as emoções se tornam ainda mais importantes para o desenvolvimento da criança. A seguir, listamos algumas dicas de como abordar essas questões com os filhos de forma tranquila e acolhedora.

Permita que seu filho sinta e aprenda a lidar com as diferentes emoções

Ver um filho chorando não é uma situação que agrada os pais, mas esse é um comportamento muito comum nas crianças, principalmente na primeira infância. Através do choro o pequeno demonstra sua insatisfação, tristeza ou nervoso diante de uma determinada situação. Entender o motivo do choro e conversar com a criança sobre o que aconteceu é a melhor forma de permitir que ela sinta suas emoções, mesmo que negativas, e entenda porque aquele sentimento surgiu e o que fazer para lidar com ele da melhor forma possível.

Não é um trabalho fácil conversar com crianças pequenas quando as emoções estão à flor da pele. Mas, com paciência e persistência, o seu filho começará a entender que você está ali para ajudá-lo a lidar com o sentimento e não apenas para resolver a questão de forma imediata.

Por exemplo, a criança está chorando porque quer levar para a casa o brinquedo do amigo. Em vez de pedir emprestado o brinquedo ou mesmo prometer que irá comprar um igual para o seu filho, o melhor é conversar com ele, explicar que aquele brinquedo é do colega e que ele também gosta e sentirá falta.

Fale para o seu filho que os brinquedinhos dele estão o aguardando em casa e que é preciso entender desde cedo que não é porque gostamos ou queremos algo que teremos de imediato. Cada um tem suas coisas e é preciso respeitar e aprender a lidar com o sentimento de insatisfação.

Você poderá falar uma, duas, três vezes. Com o tempo, esse entendimento se tornará natural para a criança. Isso não quer dizer que situações como essa não acontecerão, pelo contrário, pois elas fazem parte do desenvolvimento do seu filho. Mas, a forma como o pequeno lida com diferentes sentimentos é que mudará. Aos poucos e conforme for crescendo, o seu filho conseguirá desenvolver algo que tanto buscamos nos dias de hoje: a inteligência emocional.

Mantenha uma rotina de conversas com o seu filho adolescente

Sim, os jovens não gostam de ficar conversando com os pais sobre seus sentimentos e emoções. Por vergonha, falta de proximidade ou mesmo por medo do julgamento ou repreensão, eles preferem guardar o que sentem.

Por isso, quando você se aproxima do seu filho para conversar sobre emoções ainda na infância, as chances de estabelecer um canal de diálogo aberto também na adolescência são bem maiores. Porém, se o seu filho está nessa fase e não gosta muito de compartilhar o que sente, há formas de se aproximar e começar a criar rotinas de conversas com o jovem.

Primeiro, deixe o seu filho à vontade nessas conversas. Nada de cobrança ou pressão para que ele se abra. Isso vai acontecer aos poucos e de maneira natural. Comece falando sobre o que você sente e o que já viveu na adolescência. Por mais que eles acreditem que as duas realidades são bem diferentes, as emoções podem ser o elo que conecta as duas gerações.

Mantenha essas conversas sempre que possível, pois você perceberá que com o tempo haverá uma abertura maior do jovem, já que você valorizou o diálogo, respeitou os sentimentos do seu filho e permitiu que ele se sentisse bem ao falar sobre emoções.

No artigo de hoje, mostramos que conversar sobre sentimentos é algo fundamental para o desenvolvimento dos filhos em todas as faixas etárias. Aproveite e confira também em nosso blog o post que mostra como cuidar da saúde emocional das crianças em meio a pandemia.